sábado, 4 de maio de 2013

Nova taxa turística de Cabo Verde vai permitir arrecadar anualmente 5,4 ME

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Cidade da Praia - A partir de quarta-feira, qualquer pernoita até 10 dias numa unidade hoteleira em Cabo Verde será onerada em dois euros, medida que permitirá, segundo o Governo, uma arrecadação de receitas superior a 5,4 milhões de euros anuais, anunciou a Lusa.




A nova taxa turística será cobrada nos 207 estabelecimentos hoteleiros do arquipélago (que oferecem 8.522 quartos e 14.999 camas), estando o Director Geral do Turismo cabo-verdiano, Emanuel Almeida, a reunir-se nas diferentes ilhas para ultimar os pormenores que um imposto que gera consensos e compreensão entre os operadores.

Com a nova taxa, de 220 escudos (dois euros), o Governo de Cabo Verde espera angariar cerca de 600 mil contos por ano (5,4 milhões de euros) destinados a melhorar a área do Turismo, como a estruturação da oferta turística, promoção, formação, proteção do ambiente e segurança, disse à agência Lusa Emanuel Almeida.

O montante, que deverá seguir tendencialmente para níveis superiores, tem em conta uma estada média de seis noites e foi calculado com base nos dados de 2011, ano em que 470 mil turistas visitaram Cabo Verde - em 2012 ultrapassou pela primeira vez o meio milhão, atingindo 540 mil visitantes.

A taxa, lembrou à Lusa o ministro do Turismo, Indústria e Energia cabo-verdiano, Humberto Brito, será paga localmente e aplica-se a visitantes com idades superiores a 16 anos.

Os operadores turísticos cabo-verdianos mostraram-se favoráveis à medida, pois permitirá melhorar as condições de recepção aos turistas e do ambiente de negócios.

De acordo está também Manuel de Pina, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago (localidade também conhecida por Cidade Velha, Património Mundial da Humanidade desde 2009), que realçou à Lusa a importância da medida, que, defendeu, vai "contribuir grandemente" para o desenvolvimento do setor.

"Terá é de haver um critério na distribuição da receita arrecadada aos (22) concelhos" cabo-verdianos, advertiu o também presidente da Associação Nacional de Municípios de Cabo Verde (ANMCV), opinião corroborada por Manuel António Lobo, vice-presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde.

"A taxa justifica-se. Desde que seja bem empregue, a medida é acertada", disse à Lusa Manuel António Lobo, também proprietário do "hotel de charme" Odjo d'Água, na ilha do Sal, lembrando que há ainda "muito a fazer" no sector e que subsistem algumas dúvidas quanto à conta em que irá depositar-se o imposto, pois o Governo ainda não a indicou.

Por seu lado, o gestor português Jorge Xavier, director geral do Hotel Pestana Trópico, na Cidade da Praia, não se mostrou surpreendido com a medida, lembrando que já existe em vários países do mundo, mas defendeu que, na actual conjuntura de crise, "tudo o que venha a onerar os custos preocupa".

"É natural que o Estado (cabo-verdiano) queira criar receitas alternativas, mas tudo o que venha onerar os custos para o turista, em tempos de crise, acaba por ser motivo de preocupação", disse, sintetizando: "lamenta-se, mas compreende-se".

O sector do Turismo representa quase um quarto do total do Produto Interno Bruto (PIB) em Cabo Verde e tem vindo a crescer significativa e sustentadamente desde 2009, fruto não só do sol e praia que se desfruta no arquipélago, mas também da crise que assola o mercado norte-africano.
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